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sexta-feira, 8 de junho de 2012

ANÁLISE E REFLEXÃO SOBRE A VIOLÊNCIA NO ESPORTE


Podemos dizer que a violência caracteriza-se por um ato de brutalidade, abuso físico e ou psíquico contra alguém. Demonstra relações sociais calcadas na opressão, intimidação, medo e terror.
Entende-se que a violência não faz parte da natureza do ser humano, mas é resultado das relações sociais, nem sempre justas e igualitárias. Sendo assim, nas relações sociais é possível percebermos diferentes atos de violência sejam eles físicos ou não.


Apesar de estarmos discutindo a violência no contexto esportivo é necessário termos a clareza de que a violência se manifesta de diferentes formas no contexto social caracterizando-se, por exemplo, em violência física, violência psicológica, violência econômica, dentre outras.
Quando observamos os diferentes casos percebemos que eles se encontram disseminados em diversas instituições da sociedade, tais como a família, a escola e o próprio esporte. Ações violentas estão cada vez mais presentes, afetando a população de um modo geral independente de sua classe social, etnia ou gênero. Desta forma, pensar, discutir e refletir sobre a violência torna-se um elemento fundamental para compreendermos o nosso meio.
Em muitas emissoras de televisão o tema violência é garantia de altos índices de audiência, fazendo com que a população vivencie diariamente cenas de assaltos, tiroteios, chacinas, sequestros, ataques terroristas. Na mídia esportiva o tema violência também vem ganhando constante destaque, com episódios lamentáveis de agressões entre torcedores; agressão entre jogadores; presença de preconceito racial, entre outros.

Um dos motivos que podem ser suscitados para a atual realidade de violência no esporte está ligada ao seu processo de comercialização o qual provoca uma profunda alteração no que diz respeito às pressões que os atletas sofrem, como por exemplo: de terem que ganhar a qualquer preço, pressões dos patrocinadores, da mídia, etc. Essas pressões fazem com que muitos jogadores quebrem as regras que regem os esportes, ocasionando um aumento de comportamentos violentos, sejam eles físicos ou verbais.
 Para exemplificar esta ideia, “na abertura do returno do Novo Basquete Brasil, a partida do Flamengo contra o Vila Velha/Cetaf foi manchada por uma forte cena de Violência. No início do quarto período, quando o Flamengo já vencia com facilidade, o pivô Manuil, do Vila Velha, agrediu com uma cotovelada o armador Duda, da equipe carioca. Na entrada do garrafão, fora do lance de bola, Manuil agrediu Duda, que caiu atordoado com um corte no supercilio direito”. (Globo.com, 25/02/2010)
No dia 13 de abril de 2005, o jornal "Zero Hora", de Porto Alegre/RS, publicou em seu caderno Esportes, uma matéria sob o título: "torcida de várzea em Milão", onde relatava um dos tantos episódios de violência que vêm ocorrendo no mundo esportivo, quando o goleiro Dida foi atingido por um rojão que foi jogado pela torcida, logo após o árbitro ter anulado o gol de empate do Inter.
Certamente, se fossemos listar os casos de violência relacionados ao esporte esta lista seria enorme, principalmente, de casos relacionados ao fanatismo, uma vez que, muitos torcedores fanáticos desconsideram a lógica da liberdade de escolha e interesse dos outros colocando-se numa posição de absoluta convicção de superioridade. Assim, o outro não é considerado somente um adversário no jogo, mas sim, um inimigo.
O perigo do fanático ou do fanatismo consiste exatamente na certeza absoluta e incontestável que ele tem a respeito de suas verdades. O fanático não aceita discussões ou questionamentos com relação àquilo que apresenta como sendo seu conhecimento.

As torcidas organizadas demonstram exemplos claros de fanatismo carregados de ações violentas que fazem o sentido (incentivar o clube do coração) da torcida se perder. Em algumas cidades eles “torcedores” saem às ruas após os jogos quebrando tudo, automóveis, lâmpadas dos postes, vidraças de vitrines, destroem placas de trânsito, sem falar no que já destruíram dentro do estádio, principalmente se for do time adversário.

Os "torcedores" representados nessas torcidas são pessoas de todas as classes sociais, que não vão aos estádios ou ginásios simplesmente pela diversão, mas pelo prazer de atos de violência sendo que, muitas vezes, a própria apreciação do jogo é deixada de lado prevalecendo a violência.
Em geral o que foi exposto até o momento traduz parte dos problemas existentes em nosso contexto social. Muitos devem neste momento estar se perguntando: O que devemos fazer? De início podemos dizer que o primeiro passo para a mudança está na autorreflexão sobre o problema. É necessário compreendermos que podemos mudar a situação a começar pela própria visão que temos em relação à violência, deixando de encará-la como algo natural.
A partir disso, precisamos disseminar a ideia de que os locais destinados à pratica ou apreciação esportiva devem ser espaços de encontro, confraternização e apreciação do jogo; locais onde seja possível a presença da criança, do jovem, do adulto e do idoso. 

A competição precisa ser encarada com outros olhos. Tanto quem joga quanto quem aprecia o jogo precisam ter em mente que a competição só existe porque existe o outro. Não é possível jogar sozinho. Os sujeitos que jogam são as peças mais importantes para a existência do jogo de modo que, a busca pela vitória deve ser repensada.
A busca pela vitória presente no ato de competir pode ser considerada normal e justificável, porém o que se deve ser analisado e questionado são os mecanismos utilizados para se conquistar a vitória.  Se, enquanto mecanismo, é utilizado a violência a vitória perde o sentido.
Não podemos aceitar com naturalidade a ideia de que a competição ou a busca pela vitória seja mais importante do que o outro. As pessoas precisam compreender que deve prevalecer a preocupação com a integridade do outro o qual não deve ser encarado simplesmente como um adversário, mas como um ser humano. 

Atividade

Elabore um texto crítico de, no mínimo, 15 linhas relacionando o provérbio de Mahatma Gandhi "Olho por olho e o mundo acabará cego"  à violência no Esporte discutida no texto.

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